A condropatia refere-se a qualquer doença da cartilagem; a condromalácia refere-se ao amolecimento da cartilagem; ambas podem ser usadas como sinônimo.
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento desta patologia: mal alinhamento do joelho ou da patela, alteração na forma da patela, sobrepeso / obesidade, movimentos repetitivos ao longo da vida, más posturas, encurtamento ou fraqueza de alguns músculos, dentre outros.
Geralmente ocorre dor e creptações (estalos ou sensação de areia). A dor costuma ser na região anterior do joelho, onde se localiza a patela e geralmente associada a movimentos que forçam a patela contra o fêmur como uso de escadas, agachamento, flexão forçada do joelho e alguns exercícios de maior impacto. A crepitação pode ocorrer pelo fato da cartilagem lesionada não ter mais a forma perfeitamente lisa e ao atritar contra a cartilagem do fêmur pode causar isso. É importante frisar que nem todo joelho que estala tem condromalácia ou algum outro problema!
Existem múltiplas causas e o tratamento vai depender delas. De um modo geral, iniciamos com mudanças de hábitos evitando posturas que provoquem a dor, controlando o peso, realizando alguma atividade supervisionada, alongamentos em alguns músculos e uso de algumas medicações condroprotetoras (medicação para fortalecer a cartilagem).
Para pacientes com crise aguda, utilizamos medicação analgésica / antiinflamatória e fisioterapia / hidroterapia, repouso e afastamento das atividades físicas.
Em casos selecionados pode-se usar infiltração com corticoide ou ácido hialurônico.
O mais importante é informar ao paciente que a lesão é crônica (não há cura nem com cirurgia) e que o índice de melhora é bastante variável, com alguns pacientes apresentando bastante melhora enquanto outros não percebem tanta mudança.
A lesões passíveis de cirurgia são as mais avançadas, graus 3 e 4 (os graus 1 e 2 são mais iniciais) e sem melhora com o tratamento clínico.
O procedimento cirúrgico em si é um dos mais simples das cirurgias do joelho. Através de 2 pequenos orifícios na região anterior do joelho e utilizamos aparelhagem por vídeo através de uma pequena câmera colorida e de alta qualidade de imagem (artroscopia ou vídeo-artroscopia).
A duração do procedimento é breve, em torno de 20 minutos em grande parte dos casos.
O pós-operatório não costuma causar tanta dor e no dia seguinte o paciente já é encorajado a movimentar o joelho e apoiar o membro operado no chão, respeitando o limiar da dor. A fisioterapia deve ser logo iniciada e no primeiro retorno ao consultório (cerca de 7 a 10 dias) os 2 pontos são removidos e as muletas abandonadas na maior parte das vezes.
A função da cirurgia é estabilizar mais a lesão da cartilagem, mas todos os cuidados devem ser continuados ao longo da vida: controle do peso, realização de atividade física que não impacte na lesão, etc. Alguns pacientes podem ter novas crises em tempo variável após o procedimento.
Os riscos são extremamente baixos. São basicamente os mesmo de toda artroscopia simples (LER SOBRE A CIRURGIA DE ARTROSCOPIA).
Tendo os cuidados já citado no texto acima.