Luxação do Joelho
O QUE É?
É uma lesão rara, embora grave. Geralmente, é causada por traumas de alta energia, mais comuns nos acidentes de trânsito. Mas podem ocorrer após quedas de altura, prática de luta ou de outras atividades esportistas em que ocorre maior impacto na articulação do joelho. Pacientes com sobrepeso ou obesos podem ter luxação do joelho por traumas de menor energia.
A definição de luxação do joelho é quando há uma perda da congruência entre o fêmur e a tíbia devido o deslocamento desses ossos após rupturas de pelo menos 2 dos 4 principais ligamentos do joelho ( LCA – ligamento cruzado anterior, LCP – ligamento cruzado posterior, LCM – ligamento colateral medial e LCL – ligamento colateral lateral).
QUAIS OUTRAS LESÕES PODERÃO ACONTECER?
Após uma luxação do joelho, além da lesão dos ligamentos em si, pode haver lesão dos meniscos, da cartilagem de revestimento articular, de vasos sanguíneos ou nervos importantes.
Por serem lesões tão raras e com tanta variação de uma para outra, ainda não há consenso sobre qual a melhor forma de tratar e o momento de realizar os procedimentos cirúrgicos necessários: de imediato ou após “esfriar” o processo inflamatório causado pelo acidente?
O QUE DEVEMOS FAZER?
Após uma luxação do joelho, a primeira providência a ser tomada é procurar reduzir a luxação (colocar a articulação de volta no seu local) e isto é conseguido com manobras de tração do membro, embora muitas vezes isso só possa ser conseguido no hospital após anestesia. Alguns pacientes ficam com o joelho tão instáveis que é necessário o uso do fixador externo para manter a congruência articular. Em raras ocasiões, não conseguimos reduzir uma luxação de forma fechada e temos que abrir cirurgicamente. Mas de modo geral, após a redução colocamos o paciente com imobilizador e iniciamos a análise das lesões com exames de imagem (radiografia, ressonância, tomografia, etc).
Jamais devemos esquecer de avaliar a ocorrência de dano em vasos sanguíneos e nervos, já que essas lesões são de certa forma até frequentes. Em casos extremos de lesão de importantes artérias (como a poplítea) há risco de perna do membro e algumas lesões neurológicas podem ser irreversíveis, embora a maioria é reversível.
Após imobilizar o joelho, descartar lesões de vasos ou nervos, realizar os exames de imagem o próximo passo é programar o tratamento. Este vai varias de acordo com a quantidade de lesões em ligamentos, meniscos ou cartilagem e a extensão dessas lesões. Alguns pacientes passam por mais de 2 ou 3 procedimentos cirúrgicos, outros conseguem ser tratados com apenas um.
EXISTEM SEQUELAS?
Devido sua gravidade, a luxação do joelho costuma deixar sequelas, sendo as mais comuns: instabilidade (mesmo após os procedimentos cirúrgicos), rigidez (pacientes que permanecem muito tempo imobilizado), dor residual, atrofia muscular, cicatrizes cirúrgicas, dentre outros.
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